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Aula: Variantes linguísticas Luciane de Oliveira Ramos Habilidades: Reconhecer e compreender as variantes linguísticas regionais e sociais. Disciplina: Língua Portuguesa Justificativa da importância: Possibilitar a compreensão e a reflexão sobre a abrangência e a diversidade de nossa língua; estimular o aluno a pensar sobre a forma como fala e escreve, levando-o a um reconhecimento de sua própria identidade. Início da aula: • Perguntas-desafio: 1) Você já ganhou uma vitrola de presente? 2) Já datilografou um trabalho de história? 3) Prefere mexerica ou tangerina? 4) Já deu um axé ou um cheiro em alguém? 5) Precisa enfrentar toda semana uma bixa? Mas o que essas perguntas podem ter em comum? Acompanhe essa viagem através da língua portuguesa e suas variantes. Uma língua nunca é falada de maneira uniforme pelos seus usuários: ela está sujeita a muitas variações. O modo de falar uma língua varia: 1- de época para época: o português de nossos antepassados é diferente do que falamos hoje; 2- de região para região: o carioca, o baiano, o paulista e o gaúcho falam de maneiras nitidamente distintas; 3- de grupo social para grupo social: pessoas que moram em bairros chamados nobres falam diferente dos que moram na periferia. Costuma-se distinguir o português das pessoas mais prestigiadas socialmente (impropriamente chamada de fala culta ou norma culta) e o das pessoas de grupos sociais menos prestigiados (a fala popular ou norma popular); 4- de situação para situação: cada uma das variantes pode ser falada com mais cuidado e vigilância (a fala formal) e de modo mais espontâneo e menos controlado (a fala informal). Um professor universitário ou um juiz falam de um modo na faculdade ou no tribunal e de outro numa reunião de amigos, em casa e em outras situações informais. Além dessas, há outras variações, como, por exemplo, o modo de falar de grupos profissionais, a gíria própria de faixas etárias diferentes, a língua escrita e oral. E ainda, de país para país, como acontece com o português falado no Brasil e o português falado em Portugal, distinto em vários aspectos. Assim, se alguém já ganhou uma vitrola e já datilografou algum trabalho, provavelmente tem mais de 20 anos. Se preferir tangerina será sinal de que mora no sudeste, mas se preferir mexerica é porque mora nordeste; a fruta é a mesma, o que muda é o nome. Mas, se você precisa enfrentar toda semana uma bixa, deves mesmo ser português, porque brasileiro detesta uma fila. (bixa= fila em Portugal). Leitura de texto: Uma das formas mais conhecidas de variação lingüística é o sotaque. Leia o texto a seguir. Revista CHC | Edição 147 Por que temos sotaque? Entenda como surge a pronúncia característica das diferentes regiões do país! Por: José Pereira da Silva, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, e Cathia Abreu, Instituto Ciência Hoje/RJ Publicado em 15/06/2004 | Atualizado em 03/08/2010 (Ilustração: Alvim). Cariocas, paulistas, mineiros, baianos, paraibanos, gaúchos... Toda essa gente fala a mesma língua, mas cada qual do seu jeitinho. Um puxa mais o "s"; outro capricha no "r"; tem quem fale mais rápido; tem quem fale cantando... A razão de tantas diferenças é o sotaque. O sotaque é a pronúncia característica de um país, de uma região ou mesmo de uma pessoa. Ele é identificado pela maneira de emitir o som das palavras, variando de um tom para outro. Aqui no Brasil, por exemplo, quase sempre é possível saber em que região as pessoas vivem ou onde viveram uma grande parte de sua vida apenas pela forma que elas falam. Nosso país tem cinco regiões, mas há muito mais sotaques do que isso. Não se sabe nem exatamente quantos! O sotaque se caracteriza pela força ou intensidade, pelo ritmo e pela melodia de uma mesma língua falada de maneiras diferentes por diferentes comunidades. É curioso que, quando estamos em contato com pessoas da nossa comunidade, não notamos nosso próprio sotaque. Mas basta falarmos com pessoas de outra cidade ou outro estado diferente que percebemos logo a diferença. Os sotaques são desenvolvidos pelas comunidades naturalmente, por imitação. Isso quer dizer que um vai adquirindo a maneira de falar do outro e, aos poucos, todos estão falando de forma muito parecida. Não importa, portanto, se você nasceu ou não naquele lugar. Por exemplo, se nos mudamos para outra região e lá morarmos por muito tempo, nossa tendência natural é passar a falar da mesma forma que as pessoas daquele local. Todos temos sotaque. Mesmo as pessoas que utilizam a língua padrão em sua forma mais vigiada possível têm o seu próprio jeito de falar. Até porque tendemos a achar que a maneira correta de falar é sempre a nossa. Assim, não há duas pessoas que se comuniquem exatamente do mesmo modo. Quer ver só? Tente ouvir sua própria voz numa gravação. Você vai perceber que sua fala é muito parecida com a de outras pessoas com as quais convive. Apesar de pronunciada de maneiras diferentes por meio do sotaque, a língua é de todos. Assim, todos têm o direito de interferir nela, e interferem sempre: uns mais, outros menos! José Pereira da Silva, Círculo Fluminense de Estudos Filológicos, Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Cathia Abreu, Ciência Hoje/RJ Atividades: I- Comparar letras da música popular brasileira, identificando o tipo de variação que ocorre em cada uma delas. a) Variação de região b) Variação de idade c) Variação de classe social Samba do Arnesto – Adoniran Barbosa Asa Branca e Xote das meninas – Luiz Gonzaga. • Após a aula: I- Pinte um mapa do Brasil, dividindo as cinco regiões por cores. Em seguida escreva no mapa o nome de um alimento ou fruta típica de cada região, fazendo uma legenda. Exemplo: azul – sudeste – feijoada; vermelho: nordeste – acarajé. II- Pesquise o nome de alimentos que mudam de região para região. Escreva e destaque essas mudanças. III- Converse com uma pessoa mais experiente e pergunte sobre palavras e gírias do passado que não são mais usadas. Digite ou escreva uma lista das que foram lembradas.



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